quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Líquenes

Os líquenes(figura 1) foram, inicialmente, confundidos com musgos e até com outras plantas. No entanto, nem sequer se trata de um indivíduo, mas de uma associação simbiótica de milhões de organismos fotossintéticos (algas), aprisionados em hifas fúngicas, formando uma unidade morfológica e fisiológica.

As algas, que entram na constituição do líquen, são cianofíceas ou clorofíceas. A relação simbiótica conduz a novos caracteres morfológicos e químicos. Assim, os fungos liquénicos perdem a sua identidade, sendo incapazes de viver sozinhos na natureza; as algas são incapazes de libertar para for a das suas células os compostos de carbono sintetizados.

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Figura 1

Líquenes

Morfologia e Anatomia

Os líquenes apresentam diferentes aspectos morfológicos: filamentosos, foliáceos e incrustantes.

O fungo é geralmente, responsável não só pela forma como também pela estrutura do líquen, contribuindo as hifas para a maior parte da sua massa.

Cortes transversais de certas espécies de líquenes, observados ao microscópio óptico, mostram as algas distribuídas, mais ou menos homogeneamente, em todo o talo, enquanto as hifas se aglomeram junto às superfícies, superior e inferior do mesmo. Noutras espécies, o componente algal forma uma camada paralela à superfície superior.

Fisiologia

No líquen, o metabolismo dos hidratos de carbono está inteiramente dependente da alga, necessitando esta do fungo para a obtenção de água e sais minerais.

O fungo proporciona o ambiente físico para o crescimento da alga, conferindo-lhe também protecção contra a intensa luz solar.

Alguns compostos fúngicos são tóxicos, defendendo o líquen de ser devorado pelos consumidores.

Habitat

Os líquenes proliferam nos substractos mais variados: sobre rochas, solo, casca das árvores e madeira. São seres pioneiros nas rochas nuas, dos solos de florestas queimadas e de escoadas vulcânicas.

Vivem em ambientes onde nem fungos nem as algas se desenvolveriam. Assim, toleram condições climatéricas extremas, como temperaturas desde 60º C a –196ºC; podem estar em dessecação completa, durante meses (o líquen desidrata-se e a fotossíntese é interrompida).

Quando há nevoeiro ou chove, o líquen pode absorver água correspondente a mais de dez vezes o seu peso.

Os líquenes, apesar de suportarem os rigores ambientais descritos, são muito sensíveis aos agentes poluentes, nomeadamente ao anidrido sulfuroso, o que explica a não ocorrência destes seres vivos nas grandes cidades.

Fonte: http://campus.fortunecity.com/yale/757/Liquens.htm

Agricultura brasileira pode perder R$ 7,4 bi com aquecimento em 2020, diz estudo

Carolina Glycério
Da BBC Brasil em São Paulo

O Brasil poderá ter prejuízos de até R$ 7,4 bilhões no seu PIB agrícola em 2020 e ter sua geografia de produção desfigurada se não agir para mitigar os efeitos do aquecimento global, prevê um estudo realizado pela Embrapa e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

"As mudanças do clima devem ser tão intensas a ponto de mudar a geografia da produção nacional. Municípios que hoje são grandes produtores poderiam não ser mais em 2020", diz o estudo, que será divulgado nesta segunda-feira durante o Congresso Brasileiro de Agribusiness, em São Paulo.

Com base no relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU, os cientistas projetaram os impactos das mudanças climáticas em nove dos principais produtos agrícolas do país e concluíram que, à exceção da cana-de-açúcar e da mandioca, todas perderiam área de cultivo.

Foram simulados dois cenários para os anos de 2020, 2050 e 2070: o A2, mais pessimista em que pouco é feito para reduzir as emissões de CO2 e com aumento da temperatura entre 2°C e 5,4ºC até 2100, e o B2, um pouco mais otimista, que prevê aumento de temperatura entre 1,4°C e 3,8ºC.

No melhor cenário, os prejuízos calculados variam de R$ 6,7 bilhões, em 2020, a R$ 12,1 bilhões em 2070; no mais pessimista, o impacto negativo anual seria de R$ 7,4 bilhões no ano de 2020 e R$ 14 bilhões em 2070.

"Se nada for feito para mitigar os efeitos das mudanças climáticas ou adaptar as culturas para a nova situação, deve ocorrer uma migração de plantas para regiões que hoje não são de sua ocorrência em busca de condições climáticas melhores", afirmam os autores do trabalho, Eduardo Assad, da Embrapa, e Hilton Silveira Pinto, da Unicamp.

Amazônia
No processo descrito pelos cientistas, o aumento da temperatura deve promover um crescimento do que chamam de evapotranspiração (perda de água por evaporação do solo e transpiração das plantas) e, conseqüentemente, um aumento na deficiência hídrica. "As regiões mais secas ficam mais secas ainda", explica Assad.

Na análise das regiões, a Nordeste é a que mais perde com a transformação do semi-árido em árido e do Agreste em Semi-Árido.

"A gente mostrou que, conforme foi dito no IPCC, as regiões mais pobres, principalmente o Nordeste, vão ser as mais atingidas", disse Assad.

O estudo não inclui a Amazônia porque a região não está contemplada no Zoneamento de Riscos Climáticos, instrumento com base no qual foram feitas as projeções, mas os cientistas destacam a importância da redução do desmatamento para conter as emissões dos gases que provocam a elevação das temperaturas.

Soja
Principal produto agrícola exportado pelo país, a soja seria a mais prejudicada, podendo concentrar metade de todas as perdas em 2070.
"No pior cenário, as perdas podem chegar a 40% em 2070, em decorrência do aumento da deficiência hídrica e do possível impacto dos veranicos mais intensos", diz o estudo.

Com base nesses dados, os pesquisadores afirmam que as estimativas do Ministério da Agricultura - de que o Brasil passará a responder por 33% da produção mundial de soja em 2017/2018, ultrapassando os EUA - "podem estar otimistas demais" e que a falta de ação frente às mudanças climáticas poderia "afetar a capacidade competitiva do país".

A migração de culturas para o sul, onde o custo de produção é mais alto, elevaria os preços dos produtos brasileiros. Uma elevação de até 20% seria necessária para manter o crescimento da pecuária.

Por outro lado, a cana seria a principal favorecida, podendo ampliar sua área potencial atual de 6 milhões de hectares para quase 17 milhões de hectares em 2020 no cenário mais otimista, com aumento da sua presença na região Sul, onde hoje enfrenta restrições.

O estudo cobra do agronegócio "soluções a médio e longo prazo para minimizar o problema", sugerindo como principal a adoção de práticas que impeçam o avanço do desmatamento para a abertura de novas áreas para o plantio.

"Os cerca de 100 milhões de hectares de pastos degradados existentes hoje no país, se bem trabalhados, podem abrigar a expansão agrícola sem que seja preciso derrubar mais árvores. Em paralelo, é possível adotar sistemas que sejam capazes de seqüestrar carbono da atmosfera."

Fonte: http://economia.uol.com.br/ultnot/bbc/2008/08/11/ult2283u1312.jhtm

Algas

OS SERES VIVOS
REINO DAS PLANTAS
Algas pluricelulares, vegetais sem órgãos especializados

Alga é uma palavra que vem do latim e significa "planta marinha". Mas nem todas as espécies de algas são plantas na atual classificação dos seres vivos e nem todas elas vivem no mar. Uma característica comum em todas elas é a presença de clorofila em suas células.

Já vimos em capítulos anteriores, as cianofíceas (algas azuis), no reino das moneras, e também as algas unicelulares eucariontes, no reino dos protistas. Aqui apresentamos as algas pluricelulares, classificadas dentro do reino das plantas.

Características:

As algas não possuem tecidos e órgãos especializados. Sendo assim, não tem raiz, caule, folha e nem flor; seu corpo é um talo, e, por isso, são chamadas de talófitas.

Existem algas pluricelulares de diferentes formas e tamanhos. Elas podem ter a forma de filamentos, lâminas ou ramos. Muitas vezes, tem a forma de uma folha. Mas, se as examinarmos no microscópio, veremos que elas não apresentam a estrutura das folhas verdadeiras.

Como vivem:

As algas são encontradas em muitos lugares: nos mares, nos rios, nas lagoas, sobre pedras, troncos de árvores e outras superfícies muito úmidas.

Elas podem viver fixas, por exemplo, no fundo dos mares, dos rios e sobre rochas. Podem também flutuar na água; neste caso, podem possuir bolinhas como bóias e não as deixam afundar.

As algas absorvem os sais minerais de que precisam através de toda a superfície de seu corpo.

Cor, fator de classificação:

A cor de uma alga é dada por pigmentos especiais. Entre eles, destacam-se os seguintes exemplos:

  • clorofila - possui cor verde;

  • ficoeritrina - possui cor vermelha;

  • fucoxantina - possui cor marrom.

De acordo coma predominância de um certo tipo de pigmento nas suas células, as algas podem ter várias cores. Assim, as algas pluricelulares compreendem as clorofíceas, rodofíceas e feofíceas.

ALGAS PLURICELULARES ALGAS PLURICELULARES

Clorofíceas (algas verdes):

Por possuírem clorofila, como pigmento predominante em suas células, as clorofíceas são verdes. Este grupo compreende muitas espécies, que são predominantemente aquáticas, podendo viver em água salgada e em água doce.

Como exemplo, podemos citar as algas marinhas do gênero Ulva, que possuem representantes comestíveis e chamados de alfaces-do-mar.

Rodofíceas (algas vermelhas):

As rodofíceas possuem bastante ficoeritrina, embora tenham também clorofila. São algas vermelhas e geralmente macroscópicas e marinhas, mas existem formas que vivem na água doce. Entre as algas vermelhas, existem formas comestíveis, como as algas do gênero Porphyra.

Feofíceas (algas pardas ou marrons):

As feofíceas possuem bastante fucoxantina e são geralmente macroscópicas e marinhas. São as algas pardas ou marrons. Algumas espécies podem medir mais de 50 metros de comprimento.

A alga parda Laminaria é um exemplo de alga comestível; assim como os demais exemplos de algas comestíveis, essa alga é bastante consumida como alimento, principalmente pelos povos orientais.

Reprodução das algas:

As algas podem se reproduzir de forma sexuada ou assexuada.

A reprodução assexuada se dá, principalmente, através de esporos. Outra forma de reprodução assexuada ocorre com pedaços destacados da alga, que brotam originando novas algas.

A reprodução sexuada é feita através dos gametas, que são trocados pelas algas.

As algas e o meio ambiente:

As algas oferecem importantes contribuições ao meio ambiente.

Tanto as unicelulares quanto as pluricelulares realizam fotossíntese. Elas são responsáveis por mais de 70% do gás oxigênio liberado diariamente na Terra, principalmente as unicelulares flutuantes, que fazem parte do chamado fitoplâncton.

Assim, as algas são responsáveis, em grande parte, pela renovação do oxigênio do ar atmosférico e daquele que se encontra misturado na água, necessário aos seres aquáticos aeróbicos.

As algas também constituem a fonte mais importante de alimento, direta ou indiretamente, para a grande maioria dos seres vivos aquáticos.

Algas úteis:

Certas algas marinhas pluricelulares são excelentes fertilizantes. A Sargassum, uma feofíceas, é um exemplo de alga que, depois de ressecada e moída, fornece um adubo muito rico em sais minerais diversos. Misturadas ao solo, essas algas o enriquecem com as substâncias necessárias à vida das plantas.

Em certos países, como o Japão, algumas algas são muito usadas na alimentação humana. Nos restaurantes de dieta macrobiótica é comum o consumo de algas.

As algas podem também ser empregadas na indústria como fontes de alginatos, muito importantes especialmente na indústria de alimentos - como, por exemplo, dar consistência ao sorvete - e na fabricação de cosméticos, como sabonetes e pastas de dente.

As algas vermelhas do gênero Gelidium fornecem uma substância chamada ágar, que é aproveitada como matéria-prima para remédios, laxativos e gomas. O ágar é muito utilizado também em laboratórios e em faculdades, como meio de cultura para desenvolvimento de microrganismos. O ágar foi usado, na Grécia antiga, como produto rejuvenescedor e, hoje, vem sendo usado na cicatrização de queimaduras.

As algas e a morte de peixes:

Como você sabe, muitas espécies de algas vivem em água doce. São muito comuns em lagos, represas e reservatórios. Às vezes, esses ambientes recebem grande quantidade de sais minerais usados como adubo na agricultura e que são levados até eles pela água de chuvas. Outras vezes, descarregam-se nesses ambientes lixo, esgoto doméstico e resíduos industriais, materiais geralmente ricos em substâncias orgânicas. Essas substâncias são decompostas por microrganismos, que liberam sais minerais diversos na água.

Nessas condições, em presença de grande quantidade de sais minerais, certas algas superficiais podem se reproduzir intensamente, formando um "tapete" sobre a água. Esse "tapete" de algas dificulta a penetração de luz na água, o que afeta a atividade fotossintetizante de algas submersas. Assim, as algas submersas deixam de fazer a fotossíntese e, portanto, deixam de liberar gás oxigênio. Isso provoca a morte de seres aeróbicos, como os peixes, por asfixia. Além disso, as algas submersas morrem em grande quantidade e são decompostas; a decomposição libera na água substâncias tóxicas e malcheirosas, tornando-a imprópria para o consumo. Esse fenômeno tem ocorrido em diversos locais no Brasil, como na represa Guarapiranga, na cidade de São Paulo, e na lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro.

O gás oxigênio produzido pelas algas do "tapete" superficial é liberado, praticamente em sua totalidade, para a atmosfera.

Fonte: http://www.portalbrasil.net/educacao_seresvivos_plantas_algas.htm